18.12.23

Cessar-fogo Coco Chanel entre Israel e Palestina defendido pela França

 Do Libération de hoje, 18.12.2023: 


Não visitou a Faixa de Gaza nem fez tal pedido ao Hamas e muito menos pediu que libertassem os restantes reféns para cessarem os combates. É a norma: malha-se em Israel e nas democracias, porque ali se pode fazer isso; nos outros países, onde há ditaduras, violências, violações (até 'constitucionais') dos direitos humanos, nenhum dos incomodados com as vítimas em Gaza, ou com migrações clandestinas, nenhum nem nenhuma vão lá falar, claro. 

Fazem lembrar aqueles meninos e meninas que vivem do dinheiro dos pais e passam o tempo todo a falar mal deles, a criticar o seu modo de vida, as suas práticas incorretas etc etc - como é bom viver assim, na cobardia de satisfazer os que nos amedrontam sacrificando os que nos beneficiam. 

E repare-se na demagogia: "cessar-fogo imediato e durável". O paraíso também, se possível, sendo o paraíso talvez uma loja Coco-Chanel muito limpa e bonita em todas as capitais do mundo. Esta gente dos gabinetes nem faz ideia do que seja uma guerra, combates, a necessária relação demoníaca do matar ou morrer numa situação como a das relações entre palestinos e israelitas. Israel, mesmo que o pretendesse, não conseguiria garantir um cessar-fogo "imediato e durável", porque o cessar-fogo seria quebrado pelo outro lado assim que recompusessem os reforços de armamento e reocupassem posições. Mas a senhora ministra está a falar para a imprensa do seu país ...e da Cisjordânia, onde foi depois visitar palestinos expulsos por colonos israelitas (o que me parece importante fazer, mas ela devia ter visitado igualmente as famílias das vítimas do 7 de outubro, não?). Enfim, passará ao Líbano para resolver (imagine-se, com o "importante papel" que a França pode desempenhar) as tensões entre o país do Cedro (um eufemismo, sem dúvida) e Israel. Que boa senhora, tão bem intencionada! A França está realmente muito fraca!


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