29.4.18

Dans une tribune, Vincent Bolloré se dit victime de préjugés contre l’Afrique


Em África já se conhece esta retórica muito bem: os que a sugam lutam contra os 'preconceitos' e reduzem o problema da corrupção a uma questão de preconceitos contra os africanos. 

Mas é sempre o comprometido nessa corrupção que fala, comprometido ou, por enquanto, acusado. Há até um país africano que se diz que não vai nomear embaixador em Lisboa até que Portugal abdique de julgar um corruptor ativo, alegando que isso é ter preconceito contra a justiça local... 

Dans une tribune, Vincent Bolloré se dit victime de préjugés contre l’Afrique:



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Au Brésil, deux blessés dans des tirs contre les supporteurs de Lula



Se algum inimigo de Lula promoveu ou fez isso, foi a maior burrice da sua vida, além de cometer atentado. Se a retórica do poder se pretende manter em nome da legitimidade, tem que apresentar uma investigação credível em curtíssimo período e reforçar as condições de segurança dos manifestantes - o que, por agora, disseram que fariam. A autoridade legal será examinada pela reação que tiver e descredibilizada se não trouxer resultados cabais em breve. A rápida tomada de posição, retoricamente, era por agora a única atitude plausível. Mas, se não trouxer consequências práticas, o efeito vira o oposto. 



O candidato Bolsonaro devia, também, declarar-se imediatamente a favor da prisão e condenação do criminoso e do ato. Não li notícias de que ele o tivesse feito e é estranho, em termos de retórica política é mesmo uma falha grave. Para afastar suspeitas, até já devia ter reagido com máxima clareza, aproveitando para (de acordo com a sua imagem de direitista) apresentar-se como defensor da ordem e, afastando a má imagem de autoritário, afirmar a sua defesa da legitimidade democrática.



Au Brésil, deux blessés dans des tirs contre les supporteurs de Lula:



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22.4.18

Brasil: Presidenciáveis enfrentam mais de 160 investigações



Nem todos estes casos são equivalentes - os processos contra Ciro Gomes, por exemplo, derivam mais de excessos retóricos, como alegou a sua assessoria. Não é o mesmo que roubar. Já os delitos de opinião de Bolsonaro me parecem bem mais graves e denunciam o seu perigoso populismo. Mas também não é o mesmo que roubar, receber dinheiro escondido, enfim, corromper-se, corromper, deixar-se corromper, pedir para ser corrompido. 



Isto mostra que, por um lado, a política recorre à justiça para continuar a fazer política; mas, por outro lado, mostra que muitos candidatos não deviam candidatar-se, não têm condições morais para isso. Pelos vistos, Marina Silva, João Amoêdo e Henrique Meirelles escapam, alguns outros beneficiam da dúvida, quase nenhum deles tem, neste momento, apoio significativo, só Marina. 



Curioso ver se a campanha se inclinará para o tipo das do Paquistão e da Índia, que usam a imprensa e a justiça para intoxicar a opinião pública envenenando a imagem do adversário, ou para uma intoxicação doseada, saberemos qual, se a que permitiu a Trump ser (imaginem!) o soldado n.º 1 dos EUA, se qualquer processo mais democrático e limpo. 



Presidenciáveis enfrentam mais de 160 investigações em tribunais pelo país - 22/04/2018 - Poder - Folha:



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