22.3.14

A balança - PÚBLICO



É isso mesmo, Vasco Pulido Valente. Só esquerdistas cegos e retrógrados não percebem que não se trata da guerra de um justiceiro (imaginem Putin justiceiro! ainda por cima de esquerda, ele, o amigo dos oligarcas obedientes, com a Igreja Ortodoxa a rezar por ele e tudo...) o justiceiro socialista Vladimir Putin a vingar o terrível imperialismo ianqui! Não se trata disso, mas sim do retomar da velha Rússia e dos interesses dos impérios do Norte no século XIX, que levaram à I Grande Guerra. E os argumentos de Putin são muito parecidos com os de Hitler, por exemplo os que o austro-alemão usou relativamente aos Sudetos. Não são os de Angela Merkel, figura (para mim desagradável) que alguns esquerdistas vesgos querem conotar com um paranóico IV Reich, mas os argumentos de Putin, proteger os seus, responder aos apelos dos seus, da sua 'raça', etc.

E continuo na minha: pela pressa com que Yanukovich largou o poder e fugiu para a Rússia é porque sentiu que o seu padrinho não o protegeria mais, já devia haver algum acordo, pelo menos tácito, que era este: a Crimeia para a Rússia e a Ucrânia para a U. E. Até porque eram dois factos consumados: Yanukovich era já odiado na Ucrânia e não tinha muito poder real; a Rússia, por seu turno, era imbatível na Crimeia. Resta saber o destino das outras regiões de maioria russa na Ucrânia.



O que há de novo, relativamente ao século XIX, é que a Rússia só tem apoiado ditaduras, acolhe ex-ditadores, recolhe fundos dos que querem fugir ao fisco, apoia líderes que, pela sua intolerância, levaram às guerras civis nos seus países. É sintomático a Rússia não ter ainda apoiado nenhum democrata, nenhum líder político a lutar pela liberdade para o seu povo, mas apenas ditadores em crises de grande constestação interna. Para quem está do lado da liberdade, ainda que a liberdade condicionada do capitalismo, não há qualquer dúvida sobre Putin e a Rússia de hoje.

Post-scriptum: Venezuela agora, depois da Síria.

A balança - PÚBLICO:



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