1.8.11

autorizações de saída e manipulação das pessoas

É sabido: em qualquer universidade, as saídas dos docentes devem ser coordenadas com as respetivas responsabilidades letivas. Assim as instituições vão equilibrando investigação, divulgação científica e docência na pessoa dos seus professores. E todos beneficiam com isso.


No entanto, as autorizações para sair para participar em congressos, ou realizar investigações, em países que sofreram maus hábitos totalitários (de passes, salvo-condutos e condutos sem salvação possível), tornaram-se uma forma despótica de poder pessoal. Arbitrariamente, os decanos ou diretores de instituições públicas, condicionam a saída dos seus professores, tentando controlar assim a sua vida académica e pessoal. Muitas vezes nem sequer respondem aos pedidos dos professores para sair. Outras vezes negam simplesmente, não autorizam a saída, sem qualquer justificação (chefe justifica? Nem pensar!...) 


Os autores deste 'blogue' conhecem casos sobretudo de ISCED's espalhados pelo país. Ao mesmo tempo em que a Ministra apela aos docentes para investigarem, fazerem comunicações científicas, participarem em Congressos científicos, os decanos ou diretores agem desta forma, barrando a possibilidade dos seus docentes progredirem na carreira.


Outra via parecida com esta é a dos docentes que se inscrevem para doutoramentos. Há decanos e diretores de ISCED's que barram a progressão dos seus professores com argumentos do tipo 'é muito novo', 'ainda começou há poucos anos já quer ser doutor' e outros. O facto de um docente querer fazer o seu doutoramento logo, desde que seja garantida a qualidade, é de estimular e elogiar. Como o próprio Ministério indica, de várias formas, é disso mesmo que Angola precisa: professores ambiciosos, que trabalham efetivamente para a progressão na carreira.  Mas os chefinhos locais, ciosos do seu poder de quintal e muro baixo (não há dinheiro pra subir), fazem o contrário: punem os docentes que deviam premiar e atrasam gravemente a sua progressão nas carreiras, com evidentes prejuízos para os próprios alunos. 


Apesar da boa vontade do Ministério, enquanto as chefias intermédias e locais tiverem esta mentalidade, nada a fazer. E algumas dessas chefias estão bem perto do Ministério...

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