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Comentários e reflexões sobre política internacional, modelos de atuação política e retórica da propaganda política
23.8.13
dans la bibliothèque privée d'Hitler
... com nova edição e capítulo inédito, foi reeditado o livro de Thimothy W. Ryback, jornalista do New yorker, do Wall street journal e do New York Times que vive em Paris.
A partir do estudo dos livros das bibliotecas de Hitler (melhor dito: do que delas sobrou) o autor ajuda-nos a focar com maior nitidez o retrato e a biografia do líder nazi.
Do conjunto ressalta uma figura pouco surpreendente para quem o avaliou com frieza e conhece alguns dos lugares-comuns sobre ele. O que Hitler mais procurava nos livros que efetivamente lia era, ou a confirmação do que pensava e queria dizer (uma legitimação intelectual para as suas teses e os seus objetivos), ou livros de divulgação que lhe permitissem exibir informações sobre determinado assunto sem o estudar a fundo.
Conhecia, por exemplo, muito sobre história de armamentos, de tanques, de guerras europeias anteriores. Estas informações eram, no entanto, enciclopédicas e não podiam torná-lo um bom general (à medida em que aumentava a sua interferência nas operações militares, aumentavam os fracassos do exército alemão).
É também notório que poucos livros de filosofia leu de facto. A sua enciclopédia era muito mais limitada do que ele fazia parecer. E, no entanto, esteve quase sempre rodeado de pessoas intelectualmente superiores a ele, com mais leituras e mais sólidas. Se alguma dessas pessoas mostrava, porém, autonomia em relação ao 'chefe', simplesmente ele as afastava, custasse isso o que custasse.
Quanto ao seu interesse nas ciências ocultas, muitas vezes aventado, ele centrava-se na procura de uma via pela qual a energia espiritual de um povo, a força espiritual de uma nação (coisa nebulosa, não há dúvida) encarnava numa pessoa só... Ou seja, mais uma vez, a legitimação de uma pretensão era o que ele procurava.
As suas relações com a Igreja Católica tornam-se também claras com a leitura desta obra. Com a Igreja, tal como com tudo o resto, o que lhe interessava era poder manipulá-la. O Papa, tantas vezes acusado de colaboracionismo, sai salvaguardado desta história, pois nunca acreditou que ele fosse católico e nunca deu o seu aval à acção do pequeno grupo de eclesiásticos católicos que pretendia envolver Hitler através de um programa político que ligasse astutamente a doutrina da Igreja e o Nacional-Socialismo. Não quer dizer que não acreditasse em Deus - sobretudo quando se sentiu perdido isso se notou mais. Quer dizer que pensava em si próprio como um ser superior, que encarnava a tal energia extraordinária do espírito de uma nação que se sobrepunhas às doutrinas da Igreja. Provavelmente para ele a Igreja era só uma máquina de manipulação e domínio e a máquina que ele queria construir devia absorver essa.
Outro aspeto que ressalta da leitura do livro de Timothy Ryback é o ritmo muito rápido de leitura. Provavelmente (T. Ryback não fala nisso) Hitler saltava páginas que não lhe interessavam diretamente...
Ainda assim, a sua é também uma história de livros. E os livros alimentam mesmo as cabeças doentes, como podemos ver hoje por símiles hitlerianos, por exemplo os do fascismo islâmico...
20.8.13
pacificação no Zaire?
Não dei por nenhuma pacificação, só vi combates e rebates. A notícia do Jornal de Angola é mais exacta que o título:
Pacificação do Congo é elogiada pela SADC
Cimeira saúda desdobramento das tropas na RDC (já viram que o sub-título não condiz com o título?)
A Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC, na qual o Presidente José Eduardo dos Santos esteve representado pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, encerrou com elogios pela forma como está a ser tratado o processo de pacificação na República Democrática do Congo (RDC). De acordo com o comunicado final da cimeira, que decorreu em Lilongwe, Malawi, os estadistas da região acolheram, com agrado, o desdobramento da Brigada de Intervenção da SADC na RDC, que visa conter a deterioração da situação humanitária e de segurança no leste daquele país. O documento, de 36 pontos e lido pelo secretário executivo cessante da SADC, Tomás Salomão, refere que a Cimeira saudou a assinatura do Quadro de Cooperação para a Paz e Segurança na RDC e na região, em Addis Abeba, Etiópia, a 24 de Fevereiro último.
19.8.13
Why the Brotherhood Failed | World Affairs Journal
Na verdade, Morsi e o seu partido cometeram todos os erros que não podiam ter cometido:
1) eleitos por metade (forçada, por oposição ao candidato que 'cheirava' ainda a Mubarak) de um povo, subtraíram dessa metade os possíveis aliados e, com uma minoria escassa, afrontaram todos os outros quando a prudência aconselhava, no mínimo, amizades estratégicas (compare-se a percentagem de votação de Morsi com a votação da Irmandade Muçulmana poucos meses antes);
2) deixaram que apoiantes seus, apoiados por sua vez por extremistas armados, começassem a impor outra lei nas ruas, ocupando espaços privados (como garagens de casas e prédios) e públicos (praças) para, ainda durante o seu mandato, começarem pela força a controlar e ocupar o território, estabelecendo uma ordem paralela;
3) aliaram-se, internacionalmente, com os grupos mais cotados com o extremismo num país cujas relações económicas eram sobretudo com o 'ocidente' (EUA, Europa, países 'moderados' ou 'pró-ocidentais');
4) afrontaram os militares que, no Egito, são mais do que uma força armada, são a cabeça e muitos dos braços do aparelhos administrativo que, assim, começou a desagregar-se;
5) combateram a burocracia da qual precisavam para governar;
6) transformaram as privatizações numa distribuição de riqueza para os amigos e correligionários sem qualquer preocupação com eficácia, produtividade, empreendedorismo;
7) não deram qualquer atenção aos problemas económicos e sociais das populações urbanas - a maioria;
8) fizeram das nomeações políticas um instrumento para premiar pessoas e grupos associados a acções extremistas que vitimaram estrangeiros e egípcios;
9) amordaçaram uma imprensa que, dentro das limitações do regime anterior, se afirmava livre e querendo mais liberdade;
10) ameaçaram a liberdade de expressão e de criação artística que era o bem mais querido dos jovens que iniciaram a revolução nas ruas e nas praças;
11) ignoraram as manifestações de descontentamento cada vez mais numerosas e cada vez mais frequentadas, bem como as suas causas: desemprego, inflação, aumento da pobreza;
12) começaram a afrontar parte da hierarquia religiosa islâmica que era 'moderada' ou não lhes era favorável;
13) afrontaram constantemente os cristãos deixando-os cada vez mais inseguros e revoltados, prontos para apoiar qualquer ato anti-Morsi;
14) com o apoio da Irmandade, claro, Morsi atribui a si próprio poderes extraordinários, que tornaram patente o perigo de autocracia, ditadura, poder absoluto que assustava mesmo alguns dos seus simpatizantes.
Uma análise aqui:
Why the Brotherhood Failed | World Affairs Journal:
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1) eleitos por metade (forçada, por oposição ao candidato que 'cheirava' ainda a Mubarak) de um povo, subtraíram dessa metade os possíveis aliados e, com uma minoria escassa, afrontaram todos os outros quando a prudência aconselhava, no mínimo, amizades estratégicas (compare-se a percentagem de votação de Morsi com a votação da Irmandade Muçulmana poucos meses antes);
2) deixaram que apoiantes seus, apoiados por sua vez por extremistas armados, começassem a impor outra lei nas ruas, ocupando espaços privados (como garagens de casas e prédios) e públicos (praças) para, ainda durante o seu mandato, começarem pela força a controlar e ocupar o território, estabelecendo uma ordem paralela;
3) aliaram-se, internacionalmente, com os grupos mais cotados com o extremismo num país cujas relações económicas eram sobretudo com o 'ocidente' (EUA, Europa, países 'moderados' ou 'pró-ocidentais');
4) afrontaram os militares que, no Egito, são mais do que uma força armada, são a cabeça e muitos dos braços do aparelhos administrativo que, assim, começou a desagregar-se;
5) combateram a burocracia da qual precisavam para governar;
6) transformaram as privatizações numa distribuição de riqueza para os amigos e correligionários sem qualquer preocupação com eficácia, produtividade, empreendedorismo;
7) não deram qualquer atenção aos problemas económicos e sociais das populações urbanas - a maioria;
8) fizeram das nomeações políticas um instrumento para premiar pessoas e grupos associados a acções extremistas que vitimaram estrangeiros e egípcios;
9) amordaçaram uma imprensa que, dentro das limitações do regime anterior, se afirmava livre e querendo mais liberdade;
10) ameaçaram a liberdade de expressão e de criação artística que era o bem mais querido dos jovens que iniciaram a revolução nas ruas e nas praças;
11) ignoraram as manifestações de descontentamento cada vez mais numerosas e cada vez mais frequentadas, bem como as suas causas: desemprego, inflação, aumento da pobreza;
12) começaram a afrontar parte da hierarquia religiosa islâmica que era 'moderada' ou não lhes era favorável;
13) afrontaram constantemente os cristãos deixando-os cada vez mais inseguros e revoltados, prontos para apoiar qualquer ato anti-Morsi;
14) com o apoio da Irmandade, claro, Morsi atribui a si próprio poderes extraordinários, que tornaram patente o perigo de autocracia, ditadura, poder absoluto que assustava mesmo alguns dos seus simpatizantes.
Uma análise aqui:
Why the Brotherhood Failed | World Affairs Journal:
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16.8.13
The Truth About Egypt | World Affairs Journal
A última parte é mais centrada na relação entre os EUA e o Egito. Mas mais de metade desta entrevista vale a pena ser lida com a maior atenção:
The Truth About Egypt | World Affairs Journal
22.7.13
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