Comentários e reflexões sobre política internacional, modelos de atuação política e retórica da propaganda política
9.6.12
Mulheres agredidas na praça tahrir
Aquela revolta quase ingénua de jovens querendo liberdade, modernização, via-se que era um sonho sem rumo, sem futuro. A pouco e pouco - era de prever - os islamitas (melhor organizados, com mais dinheiro e popularidade assegurada) foram tomando conta da 'revolução' e transformando-a no contrário do que ela parecia ser.
Como têm, de resto, tentado após outras 'primaveras árabes', eles irão fechando o círculo das liberdades a pouco e pouco, desfazendo os mitos da igualdade no tratamento entre homens e mulheres, acabando com prazeres 'ocidentais', enfim, tentando fechar o país num convento forçado e levando-o a regredir como tem acontecido em vários outros países e foi caso extremo o Afeganistão.
Enquanto distraem a população com o veredito de Mubarak e tentam manipular a multidão para impedir o candidato Shafiq de concorrer (ele, que já provou ser popular na votação anterior), começaram vários ataques e cercos aos impulsos mais nobres, abertos e modernizantes da revolução egípcia.
Começaram a aparecer - sobretudo na simbólica Praça Tahrir - grupos de homens que assaltam, espancam e abusam sexualmente das mulheres. Mulheres que resolveram manifestar-se contra isso, rodeadas por um cinturão de homens que pretendiam protegê-las, foram agredidas, apalpadas, encurraladas contra grades até conseguirem refugiar-se num prédio próximo.
Começam, portanto, a revelar-se os métodos que as irmandades muçulmanas e afins usarão para levar a cabo a imposição radical e estreita de uma 'lei islâmica'. O método é o da violência, claro. Como no Irão, como nas ditaduras todas.
Ironicamente é mesmo Ahmed Shafiq a única pessoa que, neste momento, pode salvar a revolução que tentou evitar. E agora percebemos porque o regime não queria abrir-se desta forma e sob esta pressão: antigos aliados que passaram a odiar-se, os militares e os islamitas conhecem-se bem. E não se suportam.
No meio ficam os jovens liberais, que não deviam ter avançado sem terem meios, organização, popularidade, enfim opinião favorável e forte o suficiente para evitar o desaire total da sua revolução - que vai ser já na próxima eleição consumado.
Há países onde o Google e a Internet ainda não mobilizam maiorias.
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
24.5.12
evo morales 500 anos
Evo Morales, dirigente boliviano, já tinha várias vezes demonstrado publicamente o seu desequilíbrio mental - de resto, acompanhando Chávez e Rafael Correa, vergonhosamente batido pela FA da Colômbia.
Agora descobriu, provavelmente numa sessão de ayahuasca, a duração do seu projeto político: nada menos que 500 anos, exatamente o mesmo período da colonização. Longa vida ao Camarada Morales. E que a terra lhe pese pelo menos 500 kg em cima!
Com tais provas de demência o que se pode esperar de um dirigente? Naturalmente, que o tirem de lá.
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
20.5.12
João Vieira Lopes
Excelente, o bloco do Novo jornal sobre João Vieira Lopes. Particular destaque para a conversa a sair em livro e de que o jornal transcreve uma parte, aliás explosiva e esclarecedora de muitos dos erros cometidos mais tarde pelo primeiro presidente da República.
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
estranha incoerência
O Tribunal Constitucional praticamente legalizou a liderança de Lucas Ngonda na FNLA. A Assembleia Nacional disse que Ngola Kabangu devia indicar todos os delegados à CNE por parte da FNLA.
Como se compreende uma discrepância destas? Não é a legítima direcção que indica os delegados para a Comissão que supervisiona a sua candidatura e a dos outros à Assembleia? A AN pode passar por cima do TC?
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
Tribunal Supremo isento
Numa prova talvez de isenção (se não mesmo de sobriedade política) o Tribunal Supremo sancionou a saída de Suzana Inglês - segundo o Novo jornal.
Ficamos assim com a certeza de que, para além de politicamente desgastada, esta figura não tinha cobertura legal para ocupar o cargo.
Os partidos da oposição agiram, também, com inteligência. Em vez de barafustarem e deixarem vazias as cadeiras foram à Justiça, pressionando-a a tomar decisões perante o povo em face de assuntos delicados.
É assim que a democracia funciona.
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
desenvolvimento humano em áfrica
Segundo o Novo jornal, somos o 12.º país no índice de desenvolvimento humano. É um relatório do PNUD que o afirma, reportando-se ao último decénio.
Como destaca o jornal, 10 dos 12 países com maior índice de desenvolvimento humano são africanos, entre eles um lusófono (Moçambique, 5.º lugar) e um vizinho (RDC, 10.º).
Não admira: África está muito mal. É como um pobre que, de repente, ganha mil dólares. O índice de enriquecimento dele foi enorme. Mas, ainda assim, é de registar o progresso realizado, embora estejamos na cauda dos primeiros.
Outro facto a reter: o Mali surgia em 6.º lugar. O golpe militar deu cabo disso.
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
12.5.12
Notícia surpreendente no «Jornal de Angola»
A última reunião do Bureau Político do MPLA decidiu, entre outras coisas, aprovar as quotas de renovação da lista de candidatos a deputado e a "directiva sobre a Base de Dados de Gestão de militantes".
O Jornal de Angola, porém, destacou para título a seguinte decisão: "MPLA considera positivo desempenho do Executivo". Deduzo que algum poeta apaixonado por rimas terá sido o responsável pelo destaque.
O Jornal de Angola, porém, destacou para título a seguinte decisão: "MPLA considera positivo desempenho do Executivo". Deduzo que algum poeta apaixonado por rimas terá sido o responsável pelo destaque.
Anotações quase diárias e, sobretudo, aleatórias: a ordem meramente e só da sequência dos dias.
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