24.4.17

O lado (ainda) oculto de Mélenchon



Apesar dos elogios ao Chavismo e outros regimes ditatoriais, ainda muita gente não percebe o que significa Mélenchon na política francesa: uma ditadura marxista, imposta a partir de estruturas paralelas ao Estado até controlar completamente o Estado - uma estratégia semelhante à de muitos islamitas fundamentalistas, que a praticaram, por exemplo, no Egito. 


Esta notícia (v. abaixo e ler até ao fim), conjugada com a dificuldade que o candidato revela em reconhecer um resultado desfavorável (a mesma que teve López Obrador no México), mostra o verdadeiro rosto da 'França insubmissa' que havia de ser submetida por ele. Manifestações de rua turbulentas para sustentarem uma rejeição dos resultados, isto apesar de ninguém mais os pôr em causa, nem mesmo os restantes inimigos da democracia francesa. Agora (dias depois da primeira mensagem que pus aqui), reafirmação, por ele e nas redes sociais, da opção de 'terra queimada': não votaram em nós, também não votamos contra a Frente Nacional. Não é bem uma 'birra', é uma estratégia perigosa, que não admite qualquer outra alternativa a não ser a sua, mesmo que para isso contribua para uma radicalização antidemocrática pela direita. 

Ou seja: Mélenchon é, somente, mais um populista de esquerda e mais um golpista, que a inépcia dos políticos do sistema sustentou até aos 19,2% (mas, mesmo assim, só até aí e por causa da falta de carisma e de estratégia de B. Hamon). Não creio que Frente Nacional seja pior do que ele. De resto, estará mais limitada (porque já depara com desconfianças fortes à partida) e ambos possuem vários pontos em comum. A família Le Pen apenas foi mais rápida, por isso desde cedo aproveitou a incompetência dos políticos 'neutros', bem comportados, para atrair a classe operária. Mélenchon baseou-se mais nos intelectuais de esquerda e em jovens inexperientes, só mais tarde começou a atrair operários, os 'sem dentes', como lhes chamava o atual presidente de França. Se Macron fosse um político mais experiente já teria desmontado a retórica de Mélenchon e de vários dos seus seguidores, acolhendo os outros, os que, mesmo assim, votarão nele. 

Mas o que mais interessa reter dessa história é a postura do candidato: de esquerda, ou contra autocratas de direita, só ele, não admite que mais alguém possa protagonizar, seja em que situação for, a oposição a Marine Le Pen. Interessa porque isso o denuncia: também no poder, o candidato só se imagina a si próprio como representando uma verdadeira alternativa e, portanto, não admite mais nada, nem mais ninguém. É o prelúdio do poder absoluto e da autocracia de esquerda, do tipo da dos irmãos Castro, da família Ortega, do 'socialismo do século XXI', do socio-nazismo de Malema na RSA, da ala autocrática do PT e, mais remotamente, da família real da Coreia do Norte. 



Rivais históricos na França se unem contra Marine Le Pen no 2º turno - 24/04/2017 - Mundo - Folha de S.Paulo:



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Trump com impopularidade histórica



Não admira a notícia (v. abaixo). Um Presidente eleito por minoria de votos (um paradoxo antidemocrático, no qual os EUA terão de pensar mesmo) que, em vez de consensualizar para seduzir e se tornar maioritário, exacerba, divide o seu próprio partido, empertiga-se todo e procura 'cumprir' as 'promessas', só podia ver diminuída a minoria que o sustentou. Ainda para mais sendo um desajeitado político - nada surpreendente quando se elege um outsider



Casa Branca - Trump com impopularidade histórica:



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17.4.17

Referendo na Turquia aprova ampliação de poderes de Erdogan

Referendo na Turquia aprova ampliação de poderes de Erdogan - 16/04/2017 - Mundo - Folha de S.Paulo: "Em discurso, ele disse que o resultado consolida "a unidade, fraternidade e harmonia entre os cidadãos" e pediu que a comunidade internacional respeite o voto."



Levando em conta que Erdogan amordaçou a imprensa privada livre, reatou a guerra com os curdos (ainda antes das últimas eleições) e conotou a oposição com esses 'terroristas', perseguiu todos os inimigos e rivais desde o famoso 'golpe de Estado', podemos dizer que o referendo se realizou em ditadura e, portanto, não é válido.



O estranho é que, apesar de todo esse controlo, apesar de trazer o seu país amordaçado, o ditador só tivesse conseguido pouco mais de 51% de votos (cerca de 51,3). Mais estranho ainda é que, vencendo nessas circunstâncias e por essa margem, profira a frase posta acima. Se uma decisão que afetará todos e gerações futuras também é tomada só por metade dos votantes e nas condições asfixiantes em que votaram, como é que isso concorre para "a unidade, fraternidade e harmonia entre os cidadãos"? Só se ele quer dizer que, se perdesse, fazia guerra...

Não é muito diferente a interpretação do Le monde:


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10.4.17

Alabama governor to resign amid sex scandal



Como se vê, este Partido Republicano, com Tea party e populistas, é mais um simulacro, próprio de países dominados por programas de TV e outras realidades virtuais. O verdadeiro drama está em levá-los a sério e, sobretudo, votar neles. O que podia ser normal em qualquer casal é inadmissível num governador que se apresenta em nome dos velhos valores, entre eles o da monogamia e o do 'amor para toda a vida', dentro da instituição casamento. Com a mesma leviandade se votou, quase maioritariamente, num Presidente que hesita entre provocar uma 3.ª guerra mundial ou instaurar uma ditadura interna, mas seguirá, certamente, o que lhe trouxer mais popularidade. A popularidade é uma das ferrugens da democracia.



Source: Alabama governor to resign amid sex scandal | TheHill:



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24.3.17

Maduro cada vez mais podre


O regime venezuelano está cada vez mais desmascarado e isolado. Cada vez mais, também, caem no ridículo posições como a de Jean-Luc Mélenchon e a do Podemos defendendo que o regime chavista é democrático, livre e até, quem diria, defende os interesses do povo:

http://www.lemonde.fr/ameriques/article/2017/03/24/l-appel-de-quatorze-pays-americains-au-venezuela_5099904_3222.html 

Não dá para continuar a acreditar que são só manobras do velho fantasma - o imperialismo. Mesmo apesar de Trump. 

14.3.17

Europe : les entreprises peuvent interdire le voile sous conditions



Como é óbvio, para países livres, as empresas podem, sem ofender nem humilhar, impor vestuário próprio.



Europe : les entreprises peuvent interdire le voile sous conditions:



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Tensions avec les Pays-Bas : Ankara veut saisir la Cour européenne des droits de l’homme



Haja retórica!

Sintomático ter logo aproveitado, o governo turco, para sair do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Já daí queriam sair há muito tempo, com medo de serem réus por causa dos curdos e da repressão à intentona.

Mas a Europa continua, parece, com pouca iniciativa, ou com iniciativas pouco ousadas. Por exemplo, podia deixar os ministros turcos irem fazer campanha desde que os ministros europeus pudessem ir à Turquia também fazer campanhas idênticas, ou conferências (promovidas por europeus) e comícios sobre a Síria e a importância da solução do problema curdo na solução da crise na Síria e, consequentemente, na redução do problema dos refugiados na Europa. De resto, se a Turquia deixa entrar os refugiados sem ninguém a ter obrigado, devia resolver o problema que assim criou. Porque ameaça, então, obrigar a União Europeia a deixá-los também entrar? Erdogan reconhece que a Turquia não é um país apetecível para refugiados? Ou que a Turquia, de facto, nunca vai nunca integrá-los, como não integrou os gregos que lá viviam, no tempo de outro ditador? O jogo dos ditadores é sempre jogo baixo.



Tensions avec les Pays-Bas : Ankara veut saisir la Cour européenne des droits de l’homme:



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