17.4.17

Referendo na Turquia aprova ampliação de poderes de Erdogan

Referendo na Turquia aprova ampliação de poderes de Erdogan - 16/04/2017 - Mundo - Folha de S.Paulo: "Em discurso, ele disse que o resultado consolida "a unidade, fraternidade e harmonia entre os cidadãos" e pediu que a comunidade internacional respeite o voto."



Levando em conta que Erdogan amordaçou a imprensa privada livre, reatou a guerra com os curdos (ainda antes das últimas eleições) e conotou a oposição com esses 'terroristas', perseguiu todos os inimigos e rivais desde o famoso 'golpe de Estado', podemos dizer que o referendo se realizou em ditadura e, portanto, não é válido.



O estranho é que, apesar de todo esse controlo, apesar de trazer o seu país amordaçado, o ditador só tivesse conseguido pouco mais de 51% de votos (cerca de 51,3). Mais estranho ainda é que, vencendo nessas circunstâncias e por essa margem, profira a frase posta acima. Se uma decisão que afetará todos e gerações futuras também é tomada só por metade dos votantes e nas condições asfixiantes em que votaram, como é que isso concorre para "a unidade, fraternidade e harmonia entre os cidadãos"? Só se ele quer dizer que, se perdesse, fazia guerra...

Não é muito diferente a interpretação do Le monde:


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10.4.17

Alabama governor to resign amid sex scandal



Como se vê, este Partido Republicano, com Tea party e populistas, é mais um simulacro, próprio de países dominados por programas de TV e outras realidades virtuais. O verdadeiro drama está em levá-los a sério e, sobretudo, votar neles. O que podia ser normal em qualquer casal é inadmissível num governador que se apresenta em nome dos velhos valores, entre eles o da monogamia e o do 'amor para toda a vida', dentro da instituição casamento. Com a mesma leviandade se votou, quase maioritariamente, num Presidente que hesita entre provocar uma 3.ª guerra mundial ou instaurar uma ditadura interna, mas seguirá, certamente, o que lhe trouxer mais popularidade. A popularidade é uma das ferrugens da democracia.



Source: Alabama governor to resign amid sex scandal | TheHill:



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24.3.17

Maduro cada vez mais podre


O regime venezuelano está cada vez mais desmascarado e isolado. Cada vez mais, também, caem no ridículo posições como a de Jean-Luc Mélenchon e a do Podemos defendendo que o regime chavista é democrático, livre e até, quem diria, defende os interesses do povo:

http://www.lemonde.fr/ameriques/article/2017/03/24/l-appel-de-quatorze-pays-americains-au-venezuela_5099904_3222.html 

Não dá para continuar a acreditar que são só manobras do velho fantasma - o imperialismo. Mesmo apesar de Trump. 

14.3.17

Europe : les entreprises peuvent interdire le voile sous conditions



Como é óbvio, para países livres, as empresas podem, sem ofender nem humilhar, impor vestuário próprio.



Europe : les entreprises peuvent interdire le voile sous conditions:



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Tensions avec les Pays-Bas : Ankara veut saisir la Cour européenne des droits de l’homme



Haja retórica!

Sintomático ter logo aproveitado, o governo turco, para sair do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Já daí queriam sair há muito tempo, com medo de serem réus por causa dos curdos e da repressão à intentona.

Mas a Europa continua, parece, com pouca iniciativa, ou com iniciativas pouco ousadas. Por exemplo, podia deixar os ministros turcos irem fazer campanha desde que os ministros europeus pudessem ir à Turquia também fazer campanhas idênticas, ou conferências (promovidas por europeus) e comícios sobre a Síria e a importância da solução do problema curdo na solução da crise na Síria e, consequentemente, na redução do problema dos refugiados na Europa. De resto, se a Turquia deixa entrar os refugiados sem ninguém a ter obrigado, devia resolver o problema que assim criou. Porque ameaça, então, obrigar a União Europeia a deixá-los também entrar? Erdogan reconhece que a Turquia não é um país apetecível para refugiados? Ou que a Turquia, de facto, nunca vai nunca integrá-los, como não integrou os gregos que lá viviam, no tempo de outro ditador? O jogo dos ditadores é sempre jogo baixo.



Tensions avec les Pays-Bas : Ankara veut saisir la Cour européenne des droits de l’homme:



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13.3.17

Falso heroi


Erdogan, cada vez mais o ditador da Turquia, não faz campanha junto aos turcos da Rússia, mas acusa a Europa democrática - onde moram, por opção, milhares de turcos - de nazismo por não deixar que os seus países se transformem num espaço público do Ditador. Imaginem a Turquia a permitir aos Sírios manifestarem-se a favor de El-Assad no seu território...


19.2.17

socialistas - até onde?



A propósito de algumas discussões que se reacendem de quando em quando, lembrei-me do ano de 1921 (e de alguns outros): 

1) URSS - A Estónia recuperou a autonomia, que manteve até 1940 (em 1939 o Pacto Germano-Soviético decide a sua anexação pela URSS; uma aliança que, justamente em 1921, se verificara na China, onde Sun Yat-Sen iniciou a colaboração do KMT com o PCC).

2) 35 fascistas são eleitos nas listas dos ‘blocos nacionais’, favoritos do velho chefe socialista Giolitt. Partilhavam o mesmo berço... Já em 1912 Mussolini, no Congresso de Régio Emília, provocara a expulsão de vários militantes de peso do Partido Socialista. Entrou como diretor do Avanti! nesse ano e ficou no cargo até 1914, ano da sua expulsão (o jornal era o órgão do PSI) por divergências internas. Regressando ao ano decisivo de 1921, em Novembro os fascistas organizaram o Congresso de Roma: contavam 310.000 inscritos, dos quais 22.418 operários da indústria e 36.847 camponeses; o movimento transformou-se em partido e nunca mais parou até à tomada do poder.

3) No ano anterior (1920.02.24), Adolf Hitler, com um discurso inflamado, lera o seu programa ao Partido Operário Alemão e formalizara, em Abril, o Partido Operário Nacional-Socialista Alemão. 

4) Sobre as relações entre anarquistas e marxistas: depois da ruptura com os marxistas, em Haia (no V Congresso da Internacional), em 1872, os bakuninistas são banidos da organização e iniciam os seus próprios congressos. Em 1921, os anarquistas Emma Goldman e Alexander Berkman fogem da Rússia bolchevique para Londres, acossados pela polícia política do Kremlin e, em particular, pelo grande chefe do Exército Vermelho, Trotsky, supremo comandante e criador do exército soviético, depois de este ordenar o massacre dos marinheiros russos amotinados (em greve) na base de Kronstadt (mar Báltico, na Ucrânia). 

E, por agora, intervalo: vou assistir a mais umas trumpalhadas com a rede básica putinesca por baixo das fraldas do novo presidente, não eleito, dos EUA (o último não eleito foi George Bush, filho; lembram-se? Fez a guerra do Iraque provocando um problema que veio até hoje mas, pelo menos, era político; os não eleitos tendem, pelos vistos, a grandes níveis de insegurança que os levam a afirmar-se brutalmente).