20.5.12

desenvolvimento humano em áfrica


Segundo o Novo jornal, somos o 12.º país no índice de desenvolvimento humano. É um relatório do PNUD que o afirma, reportando-se ao último decénio.


Como destaca o jornal, 10 dos 12 países com maior índice de desenvolvimento humano são africanos, entre eles um lusófono (Moçambique, 5.º lugar) e um vizinho (RDC, 10.º). 


Não admira: África está muito mal. É como um pobre que, de repente, ganha mil dólares. O índice de enriquecimento dele foi enorme. Mas, ainda assim, é de registar o progresso realizado, embora estejamos na cauda dos primeiros.


Outro facto a reter: o Mali surgia em 6.º lugar. O golpe militar deu cabo disso. 

12.5.12

Notícia surpreendente no «Jornal de Angola»

A última reunião do Bureau Político do MPLA decidiu, entre outras coisas, aprovar as quotas de renovação da lista de candidatos a deputado e a "directiva sobre a Base de Dados de Gestão de militantes".


Jornal de Angola, porém, destacou para título a seguinte decisão: "MPLA considera positivo desempenho do Executivo". Deduzo que algum poeta apaixonado por rimas terá sido o responsável pelo destaque. 

Estado abandona mercadorias na Alfândega



Entre os produtos que vão a leilão, por não terem sido levantados na Alfândega pelos importadores "há mais de 60 dias", encontram-se os de vários organismos estatais. Por exemplo: 



  1. "Máquina p/agricultura", cujo importador é o Ministério da Agricultura;
  2. "Estruturas metálicas" para o INEA;
  3. "Lubrificantes" para a SONANGOL;

Como se enquadra e explica este comportamento. O Estado importa produtos e abandona-os no Porto? Afinal precisavam deles ou não?

(Fonte: Jornal de Angola, 12-05-2012)

11.5.12

dirigismo cultural agrava-se


"A liberdade de criação dos artistas
não se faz por decreto. Não se compreende,
por isso, por que razão os
cachets dos artistas, a partir de agora,
só podem ser pagos aqueles que estão
inscritos na UNACA. Não faz sentido e a direcção desta
associação, que deveria ter outras preocupações para
os dignificar, deveria perceber que essa é uma aberração.
E, os compositores também terão se inscrever
na sua lista de filiados? Desde quando é que o valor
das obras dos artistas e dos compositores para serem
reconhecidas pelo público têm de ser caucionadas por
uma entidade amorfa, que vive do peditório nacional
para se manter de pé? O antigo Presidente da Endiama,
Arnaldo Ca lado tem de olhar para os artistas
e composições doutra forma e desempoeirar a UNACA
desta inaceitável sobranceria burocrática."

Tem toda a razão, o Novo jornal desta semana!

6.5.12

O Prémio outra vez?



Ó Sr.ª Ministra, o prémio outra vez? É melhor não falar nisso. Então a estória que nos conta agora não contou naquela altura porquê? Porque os membros do júri que não compareceram à segunda reunião ainda não tinham assinado a Ata de limpeza? 


Voltámos ao estalinismo cultural.

12.4.12

rescova picices

«Não posso reagir, porque ainda não existe um partido político com o nome de CASA, e não tenho por hábito falar de questões que oficialmente não existem» (Semanário angolense, 7-4-2012, p. 15)

É de homem, sim senhor! Que, porém, não é político, portanto não devia chefiar uma organização partidária, porque não se compreende nem se aceita que um líder político ignore um facto político - tanto mais que é um facto politicamente importante. 


Não dar por essa importância, não reparar na necessidade política de reagir, e reduzir-se apenas às questões que existam "oficialmente" é mostrar a inadequação da pessoa em causa ao cargo que ocupa.  




6.4.12

Mali tudo resolvido

Talvez a crise do Mali esteja resolvida. As decisões parecem ter sido tomadas ao mais alto nível: os islamitas radicais perdem fulgor e a população não gostou da imposição da sharia ou charia. O MNLA moderou-se, declarou cessar-fogo unilateral e os canais de televisão internacionais transmitem agora declarações dos seus porta-vozes e trazem-nos aos noticiários, indo alguns de gravata já. A junta está cada vez mais isolada e como o seu único alibi - a revolta no Norte - está ultrapassado vai cair mais depressa, não sendo necessário fazer uma intervenção militar para obrigá-los a deixar o poder.


Respiramos de alívio e ainda bem que é Páscoa.


Uma pergunta só, relativa ao que há de mais estimulante nisto: como vão povos e elites que se reclamam nómadas do deserto construir um Estado, que é a instituição mais sedentária que existe? É um desafio que, se calhar, também vai desaparecer: provavelmente fazem mesmo um Estado, daqueles impossíveis, paupérrimos, mas em que o dinheiro chega para as gravatas e as viagens da elite para fora do país. E há perigos então: traficantes com carta branca (incluindo latino-americanos), Estados chavistas com uma lança em África (que financiavam livros e mais propaganda a favor do MNLA e de poetas touaregs desde que falassem mal da França e dos EUA), refúgio para os líbios órfãos, etc. Com algum restinho de dinheiro líbio a ajudar e não só, que nisso de Estados nómades o Coronel berbere tinha a sua experiência - ou, pelo menos, aparência...